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Biomedicina poderia ser chamada de ciência do cuidado. São profissionais que conhecem o humano no detalhe, é preciso saber como agentes microscópicos atuam para proteger populações inteiras. Ainda que realizada no frio dos laboratórios, biomedicina é sobre calor humano. 

O conhecimento teórico, a atenção a detalhes e o desejo de cuidar do próximo são aspectos muito presentes na vida profissional nesta área do conhecimento. Na busca de compreender a rotina e a trajetória dos biomédicos, conversamos com Ana Barris, biomédica e gerente de soluções em diagnóstico na Sanofi.

Ana Barris

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Escolha pela biomedicina

O interesse de Ana, desde a época da escola, crescia quando o assunto era biologia. Além disso, morava em seu coração o desejo de desenvolver pesquisas e estudar doenças. Ela declarou sobre o processo de decisão:

“Eu tinha em mente medicina, biologia e biomedicina. Aí, dentro dessas opções, acabei optando pelo biomedicina porque era o que mais se encaixava por essa pesquisa que eu me interessava. Pesquisa que envolvesse seres-humanos, algo mais direcionado para pessoas.


A medicina seria algo focado em uma parte mais prática, entre biologia e biomedicina, a biomedicina estava mais próxima desse pesquisa com pessoas, que é o que eu buscava.”

Rotina na biomedicina

Questionamos se a biomedicina era realmente o que ela esperava. Ela respondeu que sim e explicou sobre a diversidade de abordagens presentes nos cursos de biomedicina, a depender da faculdade.

A biomedicina pode ser voltada para análises clínicas, mas também pode ser focada em pesquisa. Durante sua graduação, Ana teve bastante contato com a parte de pesquisa e ação em laboratório, no seu último ano, pode dedicar-se completamente ao desenvolvimento de uma pesquisa, o que atendeu bastante os seus anseios.

Atualmente, ela é gerente de soluções em diagnóstico na Sanofi, sua atuação é na área médica. Sobre sua rotina, Ana afirmou:

“Em diagnóstico, eu trabalho em todos os serviços que a Sanofi tem para atender doenças raras. Então, acabo traçando soluções de melhoria para esta jornada de diagnóstico dos pacientes.

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Preciso entender bastante sobre as doenças que a gente trabalha, preciso entender bastante da necessidade desses pacientes, que tem doenças raras. Acabo atuando e buscando oportunidades, soluções, que acabem ajudando no diagnóstico desses pacientes”  

Ana nos explica que as condições que ela trabalha são chamadas de doenças de depósito lisossômico, são enfermidades metabólicas. Os pacientes já nascem com esta condição, por conta de uma mutação genética, que se deteriora com o tempo.

Brevemente, a biomédica detalha que, por falta de uma enzima específica, os pacientes acabam acumulando uma substância nos lisossomos que causa diversas consequências para o organismo de uma maneira geral. Ela cita como exemplo:

  • Doença de Pompe
  • Doença de Fabry
  • Mucopolissacaridose

Características de quem trabalha com biomedicina

Ana nos conta que para se tornar um bom biomédico é necessário ser curioso, estar sempre na busca de mais conhecimento. Ela também declarou:

“No final das contas, a biomedicina é um curso muito amplo, a gente vai estudar toda essa ciência por trás de como funciona o corpo humano. Desde a parte micro ao macro, como tudo isso funciona”

Ana destaca as constantes transformações que a tecnologia traz para área da biomedicina e a necessidade de saber adaptá-las ao seu dia a dia. Além da curiosidade, ela fala sobre o perfil analítico e a necessidade de atenção aos detalhes. 

Dicas para quem quer ser biomédica

O conselho da Ana para quem quer ser biomédica é:

Se informe sobre os cursos disponíveis e qual se adequa mais a sua ambição e use sessas informações a seu favor. Esteja muito aberto a buscar informações. Acho que a gente vive numa era que tem muita informação disponível, mas nem sempre a gente vai atrás de que tudo que está disponibilizado.


Então, decidindo por biomedicina, procure a faculdade que tem o enfoque que você deseja e, desde o começo da faculdade, se envolva com todas as matérias que te chamam a atenção de cara. Se interessou pela genética? Procure fazer um estágio, uma iniciação científica… Por mais que, posteriormente, você descubra que não é o que você imaginava, com certeza, vai aprender alguma coisa que vai te ajudar em um próximo passo

 

Por Tiago Vechi

Jornalista



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