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Engenharia militar: conheça mais da vida profissional

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Engenharia militar é uma das armas (áreas de atuação) do Exército Brasileiro, há funções para tempos de paz e para tempos de guerra. Por isso, são profissionais essenciais tanto para a proteção como para o desenvolvimento nacional.

A fim de compreender melhor a vida profissional e a trajetória destes engenheiros, conversamos com Gabriel Kuss, formado em engenharia pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 2018, hoje é tenente do Exército Brasileiro.

Veja também nossa entrevista com o brasileiro que lutou na linha de frente da Segunda Guerra Mundial, o Capitão Souza


Tenente Kuss

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Escolha da engenharia militar

O interesse de Gabriel pela vida militar vem de berço, pois, sua família tem vários policiais militares. Ainda assim, quando ele se deparou com a aprovação no concurso da polícia e do exército, ele decidiu por ingressar nas Forças Armadas.

Já a escolha pela arma de engenharia se deu por conta dos instrutores desta área dentro da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (Espcex). Aqui, vale a pena fazer uma consideração sobre as armas do exército, elas são as áreas de formação oferecidas pela AMAN, sendo elas:

  • Infantaria: combate corpo a corpo, linha de frente.
  • Cavalaria: eram antigamente os homens montados em cavalos, hoje, é representada pelos tanques, blindados, entre outros veículos.
  • Artilharia: canhões, foguetes, obuses, mísseis que servem de apoio à infantaria e cavalaria.
  • Engenharia: planejar estruturas para o deslocamento das tropas amigas, reparar estradas, pontes e eliminar os obstáculos à progressão e, ainda, dificultar o movimento do inimigo. 
  • Comunicações: conhecida como a Arma do Comando, passa as informações dos superiores aos subordinados e atua em guerras eletrônicas para impedir ou dificultar a comunicação do inimigo.

A decisão de qual arma integrar acontece no segundo ano de formação da AMAN. O tempo total de preparo é de 5 anos, sendo que o primeiro ano é na Espcex e os 4 restantes são finalizados na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). 

Rotina de quem trabalha com engenharia militar

O tenente afirma que suas atividades são variadas, ele cumpre com funções administrativas, passa instruções e corrige provas dos cadetes, realiza treinamentos físicos, prática de tiro, entre outras iniciativas.

Gabriel nos conta um pouco sobre sua experiência quando serviu no batalhão ferroviário de Araguari, Minas Gerais:

Lá, o batalhão é voltado para construção. Então, a gente já via mais essa parte de construção, de asfalto, por exemplo. Já no batalhão do sul, em Porto União, Santa Catarina, o quinto batalhão de engenharia de combate blindado, já é mais voltado para a construção de pontes. Por exemplo, a gente lançava pontes quando havia calamidades públicas, desastres naturais…

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Já teve uma situação em que uma ponte, em Pouso Redondo, que faz parte de uma rodovia federal teve abalamento, ou seja, estava prestes a cair e estava condenada. O prefeito solicitou o apoio do exército em caráter emergencial e a gente lançou uma LSB (Logistic Support Bridge) ao lado dessa ponte, para que enquanto os veículos passassem na nossa ponte, a prefeitura, juntamente com o DNIT, fazia a reforma da outra

Imagem da construção da LSB. Créditos: Exército Brasileiro

O tenente conta que o exército também atua em situações de resgate, ajudando a evacuar áreas, salvar materiais, levar cesta-básica para os prejudicados e realocar as pessoas de lugar.

Características de bons engenheiros militares

Gabriel afirma que bons engenheiros militares deve ter três características básicas, que são:

  • Humildade
  • Espírito de corpo
  • Tenacidade

O tenente explica:

“Com a humildade, a gente se torna um ótimo líder, uma vez que a gente se torna capaz de se colocar no lugar do mais fraco. Como líder de uma pequena fração, o oficial, formado na AMAN, vai ser comandante de homens e terá que prepará-los para estar junto dele nas situações mais adversas.


Já o espírito de corpo, é necessário que o militar se identifique com a sua tropa, com a farda que veste e com a bandeira nacional que carrega. Sem essas características, o militar não é capaz de confiar no seu companheiro de farda, muito menos, dar a vida, se for necessário para defender o próprio território nacional. A tenacidade se desenvolve nos momentos em que o militar abdica do bem e do conforto pessoal para atender a missão.”

Dicas para quem quer se tornar engenheiro militar

Para se tornar um oficial da arma de engenharia é preciso ser aprovado no concurso da Espcex com a idade entre 16 e 21 anos. O tenente afirma que é uma decisão madura para se tomar nesta idade e também faz uma comparação com as provas de vestibulares de universidades, diferentemente dos processos seletivos civis, os militares exigem, também, uma prova de aptidão física.

Por isso, a preparação para o concurso deve ser da mente e do corpo. O tenente afirma:

“Para ingressar, se manter e formar na AMAN é preciso obstinação, porque o caminho é longo, mas é bem glorioso”

Ele conta, que durante a sua preparação, realizava mais de 100 exercícios por dia e que teve a oportunidade de estudar sem precisar trabalhar, porque, meses antes, trabalhou o suficiente para juntar uma reserva e se dedicar completamente aos estudos e à preparação física. Mas, diz que tem vários companheiros que trabalharam e estudaram até serem aprovados.

 

Por Tiago Vechi

Jornalista



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